Altair Magagnin/Notícias do Dia – A abertura de inquérito para investigar o senador Paulo Bauer (PSDB) por supostos crimes de corrupção ativa, iva e lavagem de dinheiro foi autorizada nesta quarta-feira (6) pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin. O pedido foi feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) com base nas informações prestadas pelo executivo da empresa Hypermarcas, hoje Hypera Pharma, Nelson José de Mello. O pré-candidato ao governo do Estado é acusado de ter recebido R$ 11,5 milhões em doações não-contabilizadas na campanha ao governo do Estado em 2014. 624k3a

Quando foi noticiado o pedido da PGR, o advogado de Bauer, José Eduardo Alckmin, afirmou que “o senador Paulo Bauer aguarda a oportunidade legal para manifestar-se perante o Judiciário, certo de que terá sua inocência reconhecida em razão da inexistência dos fatos mencionados pelo delator e da consequente falta de comprovação dos mesmos”.
Nas anotações de Mello, o assunto estava descrito como “Projeto Criciúma”. De acordo com o MPF, o “colaborador informou que contratos fictícios, sem a devida prestação de serviços, foram firmados para ocultar doação não-oficial à campanha do senador Paulo Bauer, no ano de 2014, para o governo do Estado de Santa Catarina”. Nelson Mello afirmou em delação que não tinha como apresentar detalhes, “por não ter mais o aos arquivos da empresa”, mas obteve cópias de contratos junto ao advogado da Hypermarcas.
Segundo o delator, o ree dos valores teria sido feita por meio de dois contratos com uma empresa de engenharia e saneamento (R$ 750 mil, em 25/9/2014, e R$ 1 milhão, em 28/11/2014); dois contratos com um instituto de pesquisas (R$ 350 mil, em 23/12/2013, e R$ 400 mil, em 25/9/2014); e quatro contratos com um escritório de advocacia (R$ 3,5 milhões, em 15/8/2013, R$ 1 milhão, em 2/6/2014, R$ 1,5 milhão, em 25/9/2014, e R$ 3 milhões, em 2/12/2014).
Ainda de acordo com o delator, “a doação teria sido feita para desenvolver laços políticos com parlamentar de destaque no PSDB”. A importância da relação com o senador catarinense era pelo fato dele “concorrer ao governo estadual e participar ativamente de assuntos relacionados à guerra fiscal entre os Estados e à indústria farmacêutica”.